Mas diferente do que disseram alguns artigos de jornais, o histórico de conflitos e reivindicações de desapropriação da Fazenda Pendengo não se resume àpenas as duas últimas décadas. No livro "MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra: formação e territorialização em São Paulo" Bernardo Mançano Fernandes fala sobre o caso da Pendengo em Castilho, onde segundo o autor (1999, p.144) por volta da década de 1950 existiu uma disputa pela área entre posseiros e grileiros e que depois de vários conflitos os posseiros acabaram expulsos do local. Conforme Fernandes o nome "Pendengo" já vem da condição conflituosa que sempre houve nessa fazenda, ou seja, é uma pendenga.
De fato, quando estive escrevendo minha monografia pude confirmar essa informação com alguns moradores mais antigos de Castilho que diziam que trabalharam nessa fazenda e que havia naquele local um grande potencial agrícola, com a existência até de uma pequena vila comercial onde os produtos que os posseiros cultivavam na fazenda eram comercializados. Ônibus levavam pessoas da cidade para trabalhar e negociar na pequena vila da fazenda Pendengo.
Portanto, mais uma vez os trabalhadores sem terra conseguiram alcançar seu objetivo, as duras penas, é verdade. Com isso transforma Castilho no segundo municipio do estado em número de assentamentos. E ao contrário de muitos, devemos ver esta condição como uma possibilidade e não como um problema.