terça-feira, 12 de julho de 2011

Terra continua concentrada em Castilho.

Na foto acima, a ocupação de uma fazenda em Castilho-SP.


Em uma análise dos dados dos dois últimos Censos Agropecuários (1995-2006) - IBGE, revelam que houve melhora na distribuição de terras em Castilho-SP na última década, porém, a estrutura fundiária local ainda continua bastante concentrada.

Segundo o IBGE, entre 1995 e 2006, houve aumento de 8,50% no total da área ocupada pelas pequenas unidades camponesas em Castilho, aqueles estabelecimentos com até 4 módulos fiscais, ou seja, até 200 hectares.

Conforme o IBGE houve também aumento na quantidade do número total destes considerados pequenos estabelecimentos, dos quais acrecentou-se neste período 8,26%.

Um outro importante dado que revela a melhora na distribuição das terras em Castilho é que houve queda na quantidade de áreas em posse das grandes propriedades, aquelas de 1.000 (mil) hectares para mais. Em uma comparação entre os Censos Agropecuários de 1995 e 2006, apontam os dados diminuição de 4,41% na área ocupada por estas grandes unidades.

Contudo, é precisor frisar que a terra em Castilho continua bastante concentrada, tanto que, de acordo com os dados do Censo Agropecuário de 2006, as pequenas unidades camponesas, aquelas com até 200 hectares de terras são representadas por 624 ou (92,74%) de todos os estabelecimentos agropecuários de Castilho, mas ocupam uma área de apenas 26,20% do total de terras disponíveis neste municipio.

Já as grandes propriedades, aquelas de 1.000 (mil) para mais ocupam uma área de 41,62% do total e são representadas por apenas 10 ou (1,49%) de todos os estabelecimentos agropecuários.



Melhor distribuição é fruto das lutas por terra.

Ao analisar os dados dos dois últimos Censos, contasta-se que as maiores mudanças na estrutura fundiária de Castilho está naquelas unidades de 10 a 20 hectares, que não por coincidência é o tamanho de áreas utilizado pelo INCRA nos projetos de Reforma Agrária nesta região.

Conforme consta, estes estabelecimentos passaram de 38,16% para 60,33% do total, ou seja, um aumento de 58% destas unidades no período de 1995 a 2006. Boa parte disto se deve aos 14 assentamentos que exitem hoje no município castilhense.

Isto revela a importância que tem todo o processo das persistentes lutas por terra promovidas por movimentos sociais que reivindicam Reforma Agrária no Brasil, e que conseguiram alterar em Castilho a dinâmica concentradora de muitas terras nas mãos de poucos.