quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Agricultura Familiar Camponesa é a que mais cria oportunidades no campo em Castilho.


Em continuação aos estudos feitos junto aos Censos Agropecuários 1995/2006 do IBGE, apresenta-se mais alguns dos resultados obtidos.
No desenvolvimentos destes estudos, chegou-se a algumas conclusões. Uma delas é a de que, quem mais emprega pessoas no campo em Castilho-SP são as pequenas unidades de produção.
De acordo com o IBGE, em 1995 as pequenas unidades, ou seja, aquela com até 4 módulos fiscais (2oo hectares) eram responsáveis por empregar 74,23% de toda mão-de-obra ocupada da zona rural castilhense. Já em 2006 este número aumentou, passando para 85,73% de pessoas ocupadas, com destaque para as propriedades de 10 a 20 hectares de terra, que aumentou em 10 anos (1995-2006) 20% seus valores, o que chegou a empregar em 2006, 59,42% de todo o pessoal ocupado no campo em Castilho.
Este último dado é interessante, pois muito provavelmente está vinculado ao processo de Reforma Agraria assistido em Castilho nos últimos tempos. As evidências são convincentes, já que o INCRA adota a distribuição de terras em lotes de até 15 hectares. Associa-se a isto o fato de no período de 1995 a 2006 terem sido criados cinco assentamentos dos 14 existentes.
Com relação as grandes propriedades, aquelas acima de 15 módulos fiscais, ou seja, de 1.00o hectares para mais, o que o IBGE revela que nestas propriedades empregavam em 1995 apenas 11,12% de todo o pessoal ocupado no campo de Castilho. Em 2006 este número retrocedeu ainda mais, caindo para 7,61% do total.
É importante frisar que em geral, o trabalho criado na distribuição de terras é do tipo familiar campones, ou seja, onde a produção é realizada por meio de trabalho em família. Já nas grandes propriedades o que se observa é que o trabalho criado é do tipo assalariado.

O que os números revelam.
Os números dos Censos Agropecuários do IBGE revelam que, as grandes propriedades de Castilho empregam bem menos trabalho que as pequenas, mesmo ocupando 41,62% do toda área agrícola do município elas empregam apenas 7,61% de todas as pessoas ocupadas no campo de Castilho. Ao mesmo tempo que, as pequenas unidades de produção são as que mais empregam pessoas, 85,73% do total, mesmo ocupando uma área bem menor que as grandes propriedades, ou seja, apenas 26,20% do total.
Portanto, eis aí um diagnostico que derruba alguns mitos, quais sejam, o de que a grande propriedade é a grande responsável pela criação de empregos no campo e que a Reforma Agrária não tem a mesma capacidade de criar oportunidades de trabalho, quando na verdade os números mostram algo totalmente inverso.