A poucos dias do fim do
ano cresce a expectativa no mundo político dos milhares de municípios do
Brasil em torno dos novos eleitos e em Castilho isso não é diferente.
Neste sentido, a intenção é avaliar neste texto alguns aspectos da
política local dos últimos anos, mas não meramente sob uma perspectiva
administrativa e burocrática, mas sim numa visão político-histórica de
luta de classes.
É fato que Castilho teve
nestes quatro anos que se passaram um dos mais polêmicos e impopulares
governos da história deste município. Privatização da água, constantes
mudanças de comando de importantes cargos públicos, inúmeras denuncias
de corrupção, acusação de demissão de cargos comissionados da educação
por não apoiarem o prefeito e candidato à reeleição, terceirizações de
serviços públicos, reforma de hospital particular e não construção de um
novo como prometido, denuncias de mandos e desmandos da primeira dama,
criação de inúmeros cargos de comissão, etc; foram apenas alguns dos
fatos ocorridos neste período que no mínimo causaram muita polemica.
Nada disso é novo e nem
exclusividade da atual administração, a tudo isto pode-se somar, por
exemplo, a construção de um portal de entrada da cidade, ou a reforma da
principal praça em detrimento da oferta de mais casas populares e de
melhor serviço de saúde para a população. O que dizer então do
investimento público na construção de uma usina de álcool a toque de
caixa ou ainda de uma fecularia, ambas terceirizadas?
O que estas ações
governamentais têm em comum é seu caráter autoritário, são ordens que
vem de cima para baixo, executadas a partir da decisão de uma pessoa ou
de um pequeno grupo de pessoas que rondam o poder e procuram, acima de
tudo, atender os interesses de gente economicamente bastante influente
no meio político do municipio, como: empreiteiros, empresários
prestadores de serviços públicos, fornecedores de material escolar, de
construção, dentre outros. Além disso, a história de Castilho tem
vários exemplos de desiquilibrados que chegam ao poder e passam a tomar
decisões conforme a vaidade manda, fazendo da população refém de um
destemperamento.
Tudo isto só mostra como o atual regime é concentrador de poder. A participação popular nas decisões do município se restringem, na maioria das vezes, apenas ao voto dado de quatro em quatro anos, é nisto que consiste o atual regime democrático e que infelizmente é constantemente manipulado pelo dinheiro ou por favores a uma população bastante carente.
Tudo isto só mostra como o atual regime é concentrador de poder. A participação popular nas decisões do município se restringem, na maioria das vezes, apenas ao voto dado de quatro em quatro anos, é nisto que consiste o atual regime democrático e que infelizmente é constantemente manipulado pelo dinheiro ou por favores a uma população bastante carente.
Não se trata de
menosprezar a dura conquista do direito ao voto. A democracia, mesmo aos
moldes da burguesia, ou seja, ganha quem tem mais poder financeiro, é
ainda assim um grande avanço frente à ditadura desta mesma classe. A
experiência brasileira do período considerado como anos de chumbo
(1964-1985) é prova disso.
As relações de poder na
atualidade são mais favoráveis à classe dominante, uma situação que só
pode ser mudada com base em profundas transformações, só possíveis em
escala nacional e que vão muito além do território castilhense, trata-se
de mudanças que envolvem a tomada de poder pela classe dos explorados,
de forma a promover uma revolução na lógica de funcionamento do Estado.
Esta é uma tarefa
grande, talvez distante, enquanto isso a população de Castilho deve
reivindicar maior participação nas decisões do município, e pensar em
formas de organização popular, seja movimentos ou um partido cujo
programa esteja realmente a serviço da maioria e que exija e promova a
participação popular no poder municipal.
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